"Da cama para a cadeira de rodas. Empurrada por enfermeiros, rumo a uma sala-refeitório onde há uma TV. Lá ela passa a manhã e almoça. À tarde, lanche. À noite, jantar. No avançar das horas, a volta para a cama. Na cabeceira, sobre uma espécie de criado-mudo – um pequeno armário do tipo comum a hospitais –, um velho caderno grande, preto, de capa dura. Dentro, recortes da vida passada, do grande amor, o atacante e goleador Paulo Valentim [ídolo do Atlético, Botafogo, Boca Juniors]. Vez ou outra, antes de dormir, ela dá uma folheada. Relembra os bons tempos, os momentos românticos. Essa é a rotina diária da octogenária Hilda Furacão ou Hilda Maia Valentim" narra o jornalista Ivan Drumond, do Estado de Minas, que encontrou Hilda Furacão, ou Hilda Maia Valentim, viva, com 83 anos, solitária, morando em um asilo, o Hogar Guillermo Rawson, no Bairro Jujuy, em Buenos Aires. Leia aqui no Estado de Minas.